quinta-feira, 21 de abril de 2011

ESTRANHO

Noite vadia, assombros por todos os lados. Solidão presente, estar só no mundo é o que sinto no momento. Cidade vazia, cidade calada. Ao meu lado essa saudade de você, este querer escutar teu coração colado ao meu, sentir tua pele ao amanhecer. Uma melodia simples toca na vitrola, desejaria que você escutasse, que você sentisse, transformando assim meus dias, minhas noites de abandono. Mas o que fazer se sou um estranho em tua vida, em minha vida.
Por vezes tento te falar, tento contato, você finge não querer, ao teu lado outro sorri, você me esnoba. Fazer o que? Nada absolutamente, ficar só abrir a janela sentir a brisa da manha que se aproximar bater no meu peito nu, sorrir, chorar um tanto, tanto faz. Fazer um café, levar o cão para passear, sentar na praça ver o dia passar, sentir a vida passar sem ti, procurar no passado resquicios de tua voz, de tua pessoa, tudo e nada faz sentido, tudo complicado, tudo ausente, estar só, sentir que tudo na vida é passageiro, que o tempo, breve tempo, leva e trás tudo a todo instante. Sentir na saudade tua pele, teu cheiro, teu suor, já não me basta, sentir tua fotografia envelhecendo ao meu lado feito o vinho na estante. Tenho te sentido quase todos os instantes, quase todos os momentos, e você me esquecendo, assim tudo se vai, tudo vem, tudo acaba, num instante tudo morre