segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que leva da terra,
se não as árvores, flores,
cheiros e sabores.

O que leva da vida,
senão erros, acertos,
choros e amores.

O que leva da vida,
senão lamento, encantos, dores.

O que leva a vida,
senão esse sentimento de dor,

o que levo da vida,
essa pena simplesmente incessante,
que clama, arde, chora, ama,
lamenta, que é a chama da morte na minha vida inteira.

sábado, 26 de junho de 2010

Meus olhos navegam nas lembranças,
como dois barcos navegam nos mares.

Meus ais se perdem nos horinzontes,
a procura de um cais.

Na chuva fina que cai,
molhando minha ida por ai.

Me perco como se perde na tempestade,
embriago a quem já não me quer mais.

Tudo tanto faz, tudo é tanto vulgar.

Contemplo a saudade, volto no tempo atrás,
e o que me resta é a saudade, o trago, o choro bandido.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dentro de mim algo pulsa, vibra toca. Não sei bem o que é, é algo maior. Me carrega, me domina, me entrego. Desfaço a melancolia, logo uma poesia brota. Nasce com o raiar do dia, logo brota o riso. Compreender não importa, me comporto, logo suporto o caos do dia-a-dia e daqui transporto. Sinto que és um dom ou talvez uma viagem, da terra sei que não levarei nada. Nem sinto o medo da vida perante ao abismo da morte. É algo que irradia quem está perto logo nota, é como se fosse uma sinfonia de uma única nota. Logo tudo isso brota no fundo de mim, como já disse algo brota, é apenas o que sinto, no bater de tua nota.
É verdade que o tempo passou,
é verdade que sinto falta do teu olhar confortante.

O dia passou, a tarde veio, escureceu,
as estrelas vieram, e tu aonde andas?

Me perco nos labirintos da vida,
ninguém sabe do pranto, do lamento, do canto.

Feito o dia que passa, me despeço,
espero o amanhecer, com ele um novo
despertar, um novo acordar, feito ele
morro também.

Te espero enquanto tu não vem,
aonde encostarei minha face,
a espera de um outro amor,
me acordar.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Não eu não me canso e não me cansarei jamais em defender meu bairro, minha vizinhança, meus bares. Sou da zona sul do bairro do Grajáu, esse bairro que milhares de pessoas ouvem falar nos noticiários na televisão. Lugar de violência, lugar de drogados, e tudo mais. Confesso que aqui do outro lado da ponte tem seus problemas sociais como em qualquer quanto deste meu país. Digo isso tudo para voltar ao tema atual, tema que se escuta em qualquer quanto: a copa do mundo. Sim como os milhares de torcedores espalhados pelo Brasil e o mundo - torço pela camisa amarela, mas não torço por esses babacas evangélicos que às vestem. Me recordo como se fosse ontem, no meu tempo de menino, que corria pelos campos muitas vezes improvisado para se jogar a famosa pelada com os amigos. Me lembro da alegria que era - correr atrás da bola, cair, levantar, apostar uma caixa de tubaína. Me lembro da palha de aço na antena da televisão para melhorar a imagem da mesma. Quantas recordações me passam na mente, que vivi aqui neste bairro. Bairro que por sinal me viu nascer, crescer, e bem provável que me verá morrer. Portanto torcerei pelos os deuses que vestiram a tão surrado camisa canarinho: Garrincha, Zico, Lêonidas da Silva, Didi, Vavá, Tostão, Revelino, Socrátes, espero que eles abençoe a tão gloriosa camisa verde e amarela.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

AO LONGE

Te acompanho de longe, não estando presente é fácil imaginar teu pranto. Pranto este que escorre pelas paredes do teu ser, que invade teu apartamento, corre as ruas do oeste e tu se pergunta: Coração por que choras? Choras a dor do abandono da vida, chora pelo lamentos e desilusões da vida - tu que vive a mercê da poesia, da dor e do amor. Consolaste nos meus versos errantes, versos que tu abandonaste de uma hora pra outra, tu que foi minha companheira distante. Te pergunto por que tudo na vida tem um fim? Fim que não concordo porque te imagino nas minhas esquinas, tu partiu és verdade, mas e dai, se tenho você a todo instante aqui do lado esquerdo do meu peito tão fastigado. Me perdi é verdade, se perder tem horas que é difícil se achar, me perdi nas tuas sombras, me perdi querendo te encontrar, e agora o que posso desejar somente teu perdão.

domingo, 6 de junho de 2010

Embriago-me,
despedaço,
logo faço.

Noite, dia, madrugada,
luar, clarear.

Tanto faz.

Apenas me embriago,
na esperança de encontrar-te
num trago.

Alento, assombro,
sonho, poesia,
perco-me.

Esperança nasce,
brota entre os cigarros acessos,
rio de ti, logo me faço.

Logo tudo passa,
e la vem,
me perdendo no sorriso de
uma outra mulher qualquer.

Quando encostar minha face,
na face dela,
logo vem teu nome novamente.

Perturba meu ser,
creio, na ilusão,
o tempo apaga.

Minha retina embaralhada,
logo se perde,
logo encontra,
uma outra paz qualquer.

Seja em você, seja nela,
seja em mim, o que
importa é apenas viver.
Partiste no romper da paixão, prenunciando a morte prematura do amor. Partiste naquela manha fria de junho, deixando apenas um silêncio de adeus e a cama desarrumada. Garrafas de vinho anuncia o vazio, guimbas de cigarro espalhadas no cinzeiro assim como amores espalhados e apagados dentro do peito meu. Apenas tu partiste e este teu partir, que partiu ao meio meu ser, deixando de um lado o que foi e o que poderia ter sido. Partiste feito o dia quanto a noite se aproxima. Partiste levando tuas fraquezas, partiste levando teu cheiro, partiste levando tua melodia, partiste levando teu olhar, partiste apenas partiste deixando este ser aqui, sem uma manha de sol, naquele dia que anuncia a minha frente.