segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quando entrei na tua vida, sem querer, posso dizer, sem querer. Dei minha alma para ti, regamos um ao outro com  a luz que tantas vezes tentamos apagar. Nos iluminamos madrugada a fora- tantas vezes embriagado lhe criei versos para você nunca mais chorar. Fiz ou pelo o menos tentei tirar pedras do teu caminho, errei, não consegui. O tempo esse eterno companheiro de todos, esse eterno velhinho que nos acompanhará pela vida fora. A minha menina, quanto tentei lhe fazer feliz, o quanto sonhei lhe fazer um tanto mais mulher, beijar teu corpo nu coberto de pintas naquela noite escura. Quanto sonhei, talvez aquele sonho de menino, sonhar em lhe fazer um ser mais feliz. Hoje apenas o que nos resta foi a despedida, nos despedimos um ao outro sem se dar conta, apagamos dentro de nossos peitos a chama da paixão, o samba apagou, as rimas se perderão, o que nos resta é o palco, é o teatro da vida, é a poesia errante, é se perder, é se achar, é encontrar, sonhar até um novo amor nascer, é rimar, é batucar, é pedir para os deuses que este sentimento chamado amor não se apague do peito, mesmo tantas vezes doendo um tanto, chorando um pouco, nos leve a frente, nos conduza ao horizonte, ao despertar na manha fria de junho - querendo apenas não sentir os devaneios, querendo buscar no vinho teu sorriso menina, que você não percebe ou talvez não acredita mas é meu alento nessa madrugada que chega.

sábado, 29 de maio de 2010

Ando numa correria frenética, sem tempo para quase nada. Nem tempo de beber minha bebida no meu buteco do peito, tenho. Fato que me entristece um tanto. Ontem lendo um blogue de um grande amigo, vi uma frase que me deixou um tanto feliz, leia:  - Em cada coração bate um buteco, em cada buteco batem vários corações. Nunca confesso li algo tão bonito como essa frase. Na hora me veio na mente e nos olhos as várias lembranças do buteco do peito. Hoje a moda é frequentar butecos, comer torresmo, ovo colorido, tomar cachaça, o buteco virou lugar cult. Sempre mantive na minha mente, que buteco que se preze não precisa de nada, não precisa ser um lugar bonito, não precisa ter televisão de plasma, não precisa. Tenho visto por aqui pessoas super descoladas, se orgulhando de beber em bares vagabundos, de dizer não tenho preconceito com os bares vagabundos. Sempre meto o pé, mergulho de cabeça na briga para defender estes bares. Pois buteco que se preze não precisa ser freqüentado por babacas, por patricinhas, que pedem um vodka com suco, não precisam. Pois buteco é lugar simples, lugar de gente humilde, lugar do povo, aqueles que não sentem os sentimentos dos cachaceiros, não é digo de pisar por ali. Buteco não precisa disso, não é preciso se arrumar colocar a melhor roupa para ir ao um buteco, não é preciso estar bem com o corpo, é preciso sim ostentar a velha barriga, a velha barba, o velho habito de papear, escutar, ver. Lendo a frase acima, pude perceber e crer que cada vez mais, os bares resistem a boniteza, a moda, a tecnologia. Pois buteco é o povo surrado, basta uma geladeira, um balcão, um senhor de aventar engordurado pronto esta feito o buteco. Pois tenho aqui o buteco do peito, e neste peito amargurado bate o sofrimento do meu povo, bate o sofrimento deste país, bate nele o verso daquele poeta, bate a macumba, bate a rima e a prosa, bate a felicidade de ver que na vida não é preciso muito para se viver, pois buteco cada vez mais me socorre de meus tormentos, injeta em minhas veias o alento necessário para se acreditar, pois buteco é alegria mesmo na tristeza, é estar triste alegre, é estar ao lado do povo guerreiro, é dar um abraço, é escutar os tormentos alheios. Pois sendo assim se tornaremos um povo melhor, uma pátria. 

sábado, 22 de maio de 2010

Chão de Estrelas

É verdade que tem inúmeras canções que gosto. Mas sempre digo que tem aquela que gostamos mais, aquela que nos emociona sempre que ouvimos seja lá aonde for. Nesse quesito coloco aqui uma jóia da música brasileira - Chão de Estrelas - Silvio Caldas / Orestes Barbosa, na maravilhosa interpretação de Elizeth Cardoso e Silvio Caldas.

Para ouvir clique abaixo.


terça-feira, 18 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Foi como tudo,
que veio.

Viveu porque teve vida.

Sofreu por ser humano,
ardeu por se chama,
queimou por ser vivo.

Chorou, implorou,
mas se foi.

Durou o tempo,
que possível foi.

Ficou o que tinha que ficar,
pois a morte nem sempre leva tudo.

UMA DOSE DE ALDIR BLANC


Tenho para mim o Aldir Blanc como um dos maiores compositores de todos os tempos. É para mim, uma dose diária de poesia. Então porém, vai aqui uma dose de Aldir Blanc, junto um ampola gelada de Brahma, para receber o cair da tarde. Clique abaixo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pode ser frio,
calor, nevar.

Pode ser quiabo,
pode ser manjá.

Pode ser Bahia,
Maranhão, Paraíba.

Pode ser menina,
mulher, senhora.

Pode ser esquisito,
amaldioçado.

Pode ser paixão,
pode ser paquera,
pode ser amizade.

Pode ser Nação Zumbi,
Mutantes, Marisa Monte.

Pode ser Cartola,
Aldir Blanc,
Chico Buarque.

Pode ser Legião Urbana,
pode ser Mamonas,
pode ser suburbano, pode ser
revolucionário.

Pode usar boina,
ou boné.

Pode vir de mini-saia,
biquini, pelada,
pode ser tudo ou nada.

Pode se perder ou até mesmo
encontrar.

Pode esquecer, lembrar, errar.

Pode ser tudo, pode ser nada,
pode ser verso, pode fazer sentido,
pode nada.

Pode perder tempo,
pode chorar,
pode rir,
pode mandar me fuder.

Pode tudo, pode tudo,
tudo que lhe couber,
pode fazer assim:
somente um esquisito?

PODE SER

Pode ser num trato,
pode ser retrato.

Pode ser que cato,
pode ser num ato.

Pode ser teu retrato,
pode ser tua música.

Pode ser tua melancolia,
teu céu, tua escuridão.

Pode ser abstrato,
pode ser inspiração.

Pode ser no ato,
pode ser no primeiro trato,

pode ser de imediato,
pode ser que leve anos.

Pode ser leviano,
pode ser profano.

Pode ser retroz de linha,
pode ser infinita,
pode ir até a esquina.

Pode ser um ano,
pode ler leviano,
pode ser que me calo,
pode ser que falo.

Pode ser que uso fonemas,
pode ser adjetivo.

Pode ser no infinito,
pode ser uma sina.

Pode ser uma única palavra,
que bastaria pra tanto.

Pode ser que aqui a diga:
lhe amo.

PODE SER

Pode ser a qualquer hora, pode ser a qualquer momento, pode ser a qualquer instante, pode ser a todo minuto, pode ser num dia chuvoso, pode ser na outra esquina, naquele mesmo e velho butequim, pode ser numa roda de samba ou num show de rock, pode ser aqui em Sampa ou Curitiba, pode ser no mar ou na areia, pode ser em qualquer espaço que caiba você e eu, pode ser naquela cama, naquele chão, pode ser no sertão, pode ser num conto, pode ser encanto, pode ser linha, pode ser horinzonte, pode ser numa peça de teatro aonde somos atores, pode ser num carro, pode ser num barco, pode ser no claro, pode ser no escuro, pode ser no teu umbigo, pode ser na tua boca, pode ser no teu ventre, pode ser minha poesia, pode ser meus versos errantes, pode ser tua ironia, pode ser sua melancolia, pode ser misturado, pode ser programado, pode ser esquecido, pode ser dividido, pode ser acontecido, pode ser inventado, pode ser aborrecido, pode ser a qualquer hora, pode ser num posto de gasolina, pode ser aonde você quiser, pode tudo ser perdido, pode se perder a rima, pode ser na vida, pode ser na morte, pode ser que nos socorre, pode ser que nos morre, pode ser que gozamos, pode ser que chupo teu sexo, pode ser que amanheça, pode ser que anoiteça, pode ser que eu esqueça, pode ser que deixe um bilhete, pode ser que mande um livro, pode ser uma mensagem, pode ser frágil, pode ser que canse, pode ser que desmaio, pode ser que dê sede, pode ser um vinho, pode ser uma vodka, pode ser limão, pode ser cereja, pode ser de qualquer jeito, pode ser que outros veja, pode ser sem vergonha, pode ser com vergonha, pode ser em pé, sentado, pode ser embaixo, pode ser de lado, pode ser no teu apartamento, pode ser que arranjo um tempo, pode ser que viajo, pode ser que perco tempo, pode ser que a vida acabe, pode ser que ela renove, pode ser na toalha, pode ser na mesa, pode ser de qualquer jeito, pode ser feito um texto, pode ser uma vírgula, pode ser um ponto, pode ser uma partida, pode ser um encontro, pode ser uma despedida, pode ser uma espera, pode ser uma estação, pode ser um trem, pode ser assim, pode ser que seja, pode ser de alguma forma, pode ser bêbado, pode ser uma novela, pode ser na lapa, pode ser no oeste, pode ser no sudeste, pode ser que nos perca, pode ser por um instante, pode ser que tudo pare, pode ser que a roda gira, pode ser assim feito um molambo, pode de acabar, pode se renovar, pode saciar, pode acabar, pode complicar, pode misturar, pode tudo pode, a vida não é pequena, pode ser que tudo pode, pode ser que Jesus volte, pode ser que é tudo mentira ou que nada além me importe, pode ser que minha fé renove, pode ser que a esperança bata em minha porta, pode ser que não paro mais, pode ser que nada trás sorte, pode ser uma mistura, pode ser amor puro, pode ser que você é uma puta, pode ser que seja uma santa, pode ser que ânsia, minha sede acabe, pode ser de qualquer jeito, pode ser com pressa, pode ser com calma, pode ser uma 1,2,3,4, pode ser do nada, pode ser no telefonema, pode ser madrugada, pode ser que tudo volte, pode ser que tudo passe, pode ser o que pode ser, pode ser nada, pode ser espaço, pode ser vazio, pode ser, apenas pode ser quando você quiser que aconteça.

Corinthians, seu Valter, eu

Já que nesses últimos dias, o que passa em minha mente é futebol. Esqueci de outros problemas, esqueci de política, esqueci de tudo completamente. O que dói no peito meu é a derrota de meu time. Na hora me veio na mente a imagem do seu Valter gritando pelas ruas: Coringão, coringão. Seu Valter, me fez ser corinthiano. Seu Valter, nunca falei dele aqui, cometi um erro grave, por não falar dele aqui. Seu Valter, era meu vizinho, minha mãe contando mais sobre o que não recordava na minha infância me disse que o seu Valter, quando ficou sabendo da tua gravidez, de cara disse: 

- Esse farei de tudo para ser corinthiano. 

E os deuses quiseram assim, me fez Corinthiano. Meu irmão mais velho que é São Paulino, de cara sempre zombou de mim por ser corinthiano. Confesso que torcer pelo o Corinthians é ser um pouco mais brasileiro, é sofrer calado, é entender um pouco mais o Brasil, é ser mais povo. De lá pra cá dos tempos meus de infância, aprendi muito torcendo pelo o Corinthians, mas confesso que nunca foi fácil. Seu Valter partiu, virou encantado já faz cerca de oito anos, mais ainda me vem na mente minha, quando vejo o Corinhians perder, o que diria o velho. Logo penso que o velho choraria, que se trancaria em casa, que procuraria alento na bebida. Na noite de quarta-feira, quando o meu time perdeu mais um vez, me veio na lembrança o velho Valter, me parece que gostaria de me dizer alguma coisa. Deitei para dormir e o sono não vinha, passou inúmeras vezes tua imagem na minha mente. Uma delas é quando de suas mãos ganhei a primeira camisa do Corinthians, a famosa Kalunga a qual eu vestia mesmo estando suja. Hoje um pouco mais conformado e esperançoso, ergo a cabeça mesmo emocionado pra cacete, sigo em frente, pois sei que o Corinthians ainda é um menino travesso, mesmo perto dos cem anos, é um menino que ganhará o mundo. Que o lugar ao sol virá assim como outro menino chamado Brasil.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Vinho, porre, frescura

Na verdade nunca fui de tomar vinho, sempre tive um pé atrás com essa bebida. Depois de alguns porres, peguei certo novo pela bebida. Mas como a vida é uma eterna roda, mudei de opinião. Ganhei de presente de aniversário uma garrafa de vinho do meu querido amigo Beto. Sem conhecer um bom vinho, sem conhecer grandes marcas, recebi com orgulho o presente. Já ganhei várias garrafas de cachaça, de cervejas, mas nunca antes de vinho. Digo aqui sem pestanejar que não conheço absolutamente nada de vinho, e por não conhecer, cometi um tremendo abuso assim dizendo de beber um vinho que custa cerca de R$ 250,00 reais num copo americano ( o melhor copo). Para aqueles que manjam do riscado é um abuso, um desrespeito com a bebida. Peço aqui perdão para os entendidos, mas sou um butequeiro nato, e no buteco não tem vinho de qualidade, apenas as bebidas vagabundas que todos os pinguços apreciam. Hoje contando sobre o acontecimento para alguns amigos que riram do dispara-te cometido por mim, deram muitas risadas, dizendo: 
- Rapaz aquilo tudo é frescura, Virar taça, cheirar, saborear. Uma puta viadagem. 

Concordo com eles plenamente, sem titubear, mas prometo para os frescos de plantão que na próxima tomarei mais cuidado com a santa bebida. Comprarei uma taça chique para a ocasião. Na próxima.

terça-feira, 4 de maio de 2010

SEU CHICO, O BAR DO PASSADO.

É verdade que os tempos são outros, mas na lembrança a saudade permanece. E assim meio saudosista, quero aqui contar pra vocês meus caros e poucos leitores, um fato do cotidiano. É verdade como disse, que por um erro ao qual não pedirei desculpas, eu não ponho meus pés no buteco do baixo. Não cabe explicações aqui, mas por enquanto não ponho os pés por lá. Tive o prazer de com isso, conhecer os milhares de bares do meu bairro, um deles que quero contar é do seu Chico. Seu Chico, é um cabra matuto, daqueles que saiu do sertão atrás da chance na grande cidade. Saiu do seu sertão, nos anos setenta, trabalhou em grandes firmas, antes delas partirem para fora do estado de São Paulo. Chico conta que naquele tempo, era oportunidades de trabalho uma em cada esquina, largava de um e entrava n'outro. O último que durou cerca de 15 anos, que saiu porque a firma mudou para região de Campinas, não quis sair de Sampa. Devido a sua idade não quis mais trabalhar para patrão, resolveu abrir um buteco. O buteco que já tem mais de 10 anos de vida, que seu Chico se orgulha deste feito, de segunda a segunda, atrás daquele balcão seu Chico ainda conserva um tremendo sorriso no rosto. Conversando com seu Chico, dizendo para ele que sempre tive a curiosidade de entrar no bar dele, mas nunca fui capaz, ele soltou uma tremenda risada. Disse que aquilo ali era coisa de velho na beira da morte, não coisa de jovem. Disse para o malandro que ele estava tremendamente enganado, que eu gostava de bares assim cheio de coroas. Mas que não entrava, pois sabia que o meu pai, na época que morava em casa - freqüentava ali. Ele então curioso, perguntou o nome do meu véio, disse: Medina. Num silêncio que durou poucos segundos, procurou na memória, e soltou um sorriso típico dele:

- Porra, você é filho do velho Medina?

Espantado com o sorriso do camarada, fui logo explicando aonde ele morava e tal. O velho rindo ainda disse:

- O Medina é único, meu camarada.

Disse-me que o pai junto com o alemão, qual eu não conheço não saia de lá. Ele chegava do serviço, passava por lá, bebia uns tragos, contava umas estórias e depois partia rumo a família. Ainda comovido com tudo aquilo, pois sinceramente não acreditava que o seu Chico lembraria do meu velho. Pois o meu velho nunca me disse nada sobre aquele buteco, sobre o velho Chico. Mas voltando ao assunto principal, sempre tive um receio de ali entrar, mesmo a curiosidade imensa de sentar debaixo daquela árvore e passar uma tarde na presença de meus amigos. Pois é meus caros leitores, posso aqui dizer, que de lá não sairei, porque o velho é torcedor do Corinthians troço que me emociona bastante, também por conservar um puta sorriso no rosto tão fatigado de outrora, que não esconde o sofrimento e a batalha atrás do balcão. Depois contarei aqui o resto da história sobre o bar do Chico.
Já que o assunto aqui é buteco, porque não falar do Bar do Chico? Como sempre o que não se falta por ai é buteco, se perde um, encontra-se outro. Bar do Chico pra mim virou terceiro lar. Tive num curto espaço de tempo uma forte simpatia e amor pela aquela espelunca. Digo aqui que não gosto de bares da moda, bares com música ao vivo, bares de gente que se acha o bebedor nato, essas coisas que nos empurra feito espinho abaixo. Por isso ando bebendo sozinho ultimamente, pois os meus amigos deram para beber num bar que não é a minha cara, então o bar do Chico virou o meu terceiro lar. Lá no Chico encontro tudo que gosto: cerveja gelada, papo, discussão sobre política e futebol, cerveja gelada, cachaça mineira, petiscos, copo de extrato de tomate ( isso mesmo) vazios para que possa beber cerveja neles. Tudo parece ser da melhor qualidade naquele canto, sem contar no velho Chico pessoa maravilhosa, papo bacana, ótima pessoa. Amanha é dia de futebol para aqueles que sabem que sou corinthiano ótimo, para aqueles que não sabem fiquem sabendo, amanha estarei no bar do Chico torcendo pelo o meu time e tendo quase um infarto.

domingo, 2 de maio de 2010

Ontem no último texto que escrevi aqui, relatei meus desentendimento com o Baixo e a espelunca dele. Todos que aqui me lêem já deve ter se cansado de ler o meu amor pela aquela esquina e por ser bar. Vivi ali momentos que nunca tinha sonhado, já comemorei aniversário com direito a jantar especial preparado pelo o mesmo, já comemorei título do meu time do coração, já namorei, já chorei, já bebi além da conta, tudo ali passei, mas sempre a essas brigas inúteis para estragar tudo. Confesso que mesmo voltando aquele lugar, a ida não foi a mesma de sempre. Hoje voltei lá sozinho sentei na mesa do lado de fora junto apenas de minha cerveja gelada, meu cigarros e o meu velho copo de (extrato de tomate), isso mesmo para aqueles que amam as frescuras da vida, eu bebo naquele copo já faz 3 anos. Uma tarde agradável, na televisão os olhares fixos na partida de futebol, e o meu perdido naquela rua, nas crianças brincando nas calçadas, o futebol de rua. Tudo que fez parte da minha infância. Confesso numa confissão existencialista que tudo passou tão rapidamente que não notei - que os anos se passaram, e que de menino já sou um adulto um tanto chato. Sai de lá com os olhos marejados, isso, marejados, emoção profunda. Pois pude reparar na simplicidade que a vida é: crianças, alegria, simplicidade, buteco, esses são os valores que prezo para mim, que busco nas pessoas que me seguem, que estão ao meu redor fazendo de mim um ser sonhador, um ser adulto muleque. Valeu meu caro Baixo, valeu crianças, pois a esperança ainda reina neste ser moribundo. 

sábado, 1 de maio de 2010

Conforme a vida, tudo muda, e assim mudei de opinião na noite de ontem. Estava na companhia ilustre de meu amigo Japa, que convidou-me para uma saideira no bar do Baixo. Confessei tempos atrás por aqui, a minha briga com o dono do bar, e aquele sentimento de desprezo por aquele espaço, confesso que errei mais uma vez - mas na vida temos que aprender com o erro. E assim foi. Partimos para lá, já era tarde a madrugada estava presente, o sereno, o frio, não nos impediu, pois era preciso esquecer da vida e saborear uma cerveja naquela esquina. Chegamos, fui logo cumprimentar o baixo, mesmo estando sem graça, mesmo perdido naquele lugar tão segundo lar para mim, me senti um tanto perdido. Reparei que a geladeira branca não estava no mesmo lugar de outrora, que as gaiolas de passarinhos sumiram, que o Baixo me parecia um pouco cansado. Enfim. Estava novamente pisando no meu buteco de fé - cravado naquela esquina, naquela rua sem glória, e assim foi a madrugada a dentro, pois só paramos quando percebemos que a manha se aproximava e os passos já estavam cambaleados. Mas o que levo é que valeu ter ido lá, depois de longos dois meses de ausência, foi importante voltar ali, sentir em casa, sentir o aroma que vinha do fogão, poder fumar dentro de um bar, cada vez mais tenho a certeza que ali é o meu canto, ali é o meu lugar. 

Até.