terça-feira, 7 de junho de 2011

CRESCIMENTO DIGITAL

Vejo este crescimento desordenado do mundo digital com olhos desconfiados, se por um lado a internet é uma mão na roda na outra pode ser uma mão no caixão. Vivemos tempos de total abandono, abandonamos as pessoas ao nosso redor para virar amigo daqueles que mal conhecemos, daqueles que mal sabemos se existem ou não. Vejo pessoas se orgulhando em dizer: tenho 500 amigos no face pessoa de tal que nem conheço me adicionou no orkut e por ai vai. Estão preocupados em ter números de mostrar conhecidos, amados e por ai vai. Nunca, jamais quis ter amigos que não sei seus gostos e aprecos, posso dizer que sou um solitário neste vasto mundo da internet. Pessoas que me acompanham nas minhas paginas de relacionamento de alguma maneira contribuiram de alguma parte no meu crescimento, no meu amadurecimento, na minha vida.

Digo isso tudo ou melhor escrevo isso tudo para dizer que perdemos o contato, perdemos a noção para ser dito. Vejo ao meu redor pessoas lotando lan-house, vivendo o virtual talves seja mais interessante que o real, que o aqui agora. Numa conversa de bar trocada com o meu grande amigo Pedro e seus 60 anos ele me disse que não entende e não quer entender este total abandono do mundo... e das pessoas. Eterno sabedor das coisas me disse que sua neta de apenas 12 anos de idade não quer saber de nada a não ser o computador. Ele me disse com um lamento na voz, lembrando dos tempos de meninice no sertão da Bahia, aonde brincava e pescava na lagoa, corria pelo sertão, criava seus próprios brinquedos e brincadeiras.

Sai dali ou melhor daquele espelunca cravada na melhor esquina do meu bairro emocionado, depois de algunas ampolas, não há coração que não vacila. Vim reparando nas ruas desertas crianças trancadas dentro de casa, dentro do virtual, crianças sem saber o que é correr pelas ruas brincando de policia e ladrão, de pega-pega, de rolemã, de jogar pelada de golzinho. Confesso que me sinto um velho tenho os meus erros não nego mas tem certas coisas na qual não entendo e jamais entenderei.

Vamos indo, vamos nos perdendo talvez se achando, mas nunca jamais esquecendo das pessoas ao redor, do toque, do abraço, da partilha, do beijo, do sabor, do real. Sendo assim construiremos um mundo digamos melhor com mais afeto e carinho.