segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CACHAÇA



Todos ou quase todos devem saber do meu apreço por essa bebida. Cachaça para uns, pinga para outros e por ai vai. O meu gosto pela maldita, assim chamada também, se deve pelo o fato de ser filho de mineiros - isso contribuiu para o meu paladar. Recordo dos goles na companhia dos meus tios tão apreciadores da dita cuja. Sempre que viajo para Gerais, trago na bagagem uma garrafa, junto com queijo e goiabada. Não abro mão deste trio. Claro, que não tem nenhuma em estoque foram todas consumidas em ocasiões especiais, ou nos momentos derradeiros. Uma ótima pedida para abrir os caminhos.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tarde da noite, um porre longo no butequim, como nos velhos tempos. Há tempos não bebia como nessa noite, um misto de nostalgia me invade, domina o meu ser. Lembranças vem à tona, um pé no passado, me pego a re-lembrar tempos de outrora. O tempo passou rapidamente, sem me dar conta ele passou - junto dele levou minha alegria, trouxe uma tristeza, com isso tornou-me um senhor decadente. Decadente talvez seria uma forma errada de dizer, talvez não seja a palavra correta, talvez o ideal seria dizer menos sonhador. Me tornei um garoto medíocre. Ou talvez a bebida anda me fazendo um ser decadente, não sei a resposta ideal. A madrugada minha fiel escudeira, me pego a lembrar de você. Lembranças tolas, que devia esquecer não lembrar, mas sou incapaz de fazer. Lembranças do que prometemos um para o outro, e o destino mudou os traços pintou a esperança de preto. Hoje um trago me faz seguir em frente, sem sua companhia, sem seus beijos e juras. Não que te odeie, não é isso, o que odeio é minha incapacidade de ser o que fui com você. O ser que era na sua companhia, isso que eu lamento. Mas lamentações é lamentações não muda nada, não trás o passado para o futuro, nem muda o presente. Então nessa madrugada fria e vazia, o jeito é beber mais uma dose da minha cachaça, esquecer da vida, me embebe-dar mas um pouco, para junto daquela cama vazia e fria, talvez sonhar um bocado, nos lençóis que insiste em trazer teu perfume.

Dobrar a esquina

Quando eu dobrar aquela esquina,
não me acene o adeus.

Quando seguir na escuridão pelas ruas vazias
não me silencie.

Tu vais ouvir o meu canto, o meu lamento.
Tu vai saber por ai, por vozes qualquer, o meu nome.

Vais descobrir o que fui, vais descobrir o meu passado.
Vais saber o que fui e o que deixei de ser.

Vais saber o endereço do buteco que tanto freqüentei,
vais saber das minha bebidas, das minha estórias, dos meus porres.

Relembrará os nossos encontros, nossas juras, nossos beijos.
Passará a viver o presente, ausente da minha companhia.

Passará a sonhar com o meu retrato empoeirado na estante.
Com os meus versos errantes.

Ouvirá do meu violão solitário os acordes e as melodias que não cheguei a te mostrar.

Quando eu dobrar aquela esquina, lembra de mim, assim de um jeito qualquer