terça-feira, 19 de outubro de 2010

MADRUGADA

É madrugada, desperto assustado. Um vento gelado entra pelas brechas da janela, fazendo um barulho apavorante. Lençóis e cobertores caídos no chão. Meus pés úmidos revelam o frio ali dentro. O velho sabor amargo do conhaque bebido na noite anterior entrega o vazio dos dias de frio. É a segunda vez que desperto no meio da madrugada sonhando com você. Acendo o abajur procuro desesperado um cigarro, lembro que parei de fumar, a luz revela a minha face abatida, não sei bem ainda se é por causa da bebida ou pelo o afastamento de você.



Recordações suas me vem na mente, é cedo para pensar em você, é cedo para despertar sofrendo. A cabeça dolorida do porre da noite passada levanta da cama, sinto meu corpo nu, um pouco mais magro, meus pés descalços tocam o chão, sinto o piso frio. Caminho em direção ao banheiro em busca de uma ducha gelada para acalmar o espírito.

Água percorre meu corpo, tocam minha cabeça relaxando os pensamentos. Recordo de você me dando banho, quando chegava bêbado vindo dos butecos. Os minutos se passam, fecho os olhos sinto a água ainda caindo. Minha cabeça ainda doe, não cumpri a promessa que tinha feito, para deixar a bebida de lado, mas nessas noites ela me afaga, ela me acompanha, ela me faz esquecer você por um único instante.

Meus pés molhados deixam marcas no chão. Caminho em direção a cozinha na procura de alguma bebida para curar a ressaca. Penso em te ligar, deixo para mais tarde ainda é cedo para te procurar. Penso em escrever no blogue, olho para o computador, volto para cama. Penso se você ainda lê este blogue, penso como anda você, mas sou um covarde confesso, quero apenas que saiba se ainda lê este blogue, me avise, é preciso ainda sonhar e acordar por você.

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