quarta-feira, 21 de abril de 2010

BAR, MANHA, ABRIL

Estou perto de completar 26 anos de idade, para mim isso pouco importa. Apenas digo aqui, que os festejos de comemoração já iniciaram. Como sempre digo não gosto do mês de Abril, motivo não sei bem qual é, mas não gosto. Hoje cedo logo pela manha depois de um longo café da manha, regado a pão com manteiga derretida, um copo americano de café preto, resolvi que tiraria o dia para beber sozinho, isso sozinho em minha homenagem. Não é que seja egoísta, mas ao passar dos anos, sinto cada vez mais o desejo de estar só para compreender a multidão. A manha estava bonita, contrariando o mês de abril, o céu estava limpo - pude reparar até num breve e leve cantar de pássaros. Fui até o buteco do Chico, antes uma breve passada na praça, para descansar um pouco já que os meus pulmões andam de mal a pior. Crianças correndo para todo lado, pais sentados enquanto a criançada brincam. Uns andando de bicicletas atrapalhando a caminhada daqueles que cuidam da saúde, outros jogando bolas de gude ( fiquei emocionado quando vi), uma cena maravilhosa para o começo do dia. Para quem é claro, imagino que vocês poucos leitores que perdem o tempo lendo essas errôneas linhas, não sabem o buteco do Chico fica em frente a essa praça. Cheguei no buteco emocionado, fui logo pedindo para seu Chico uma Brahma digna de um bebum pela manha. Seu Chico com aquele sorriso grato de conhecedor da vida, me atendeu. Depois de alguns comprimentos aos senhores que ali estavam, fui para o balcão saborear a cerveja estupidamente gelada. Reparei na maravilha daquela manha, uma pausa na correria do dia-a-dia, contemplando a maravilha  que é viver. Sei é fato que fico um tanto nostálgico perto de aniversário, que fico revirando o passado, relembrando tempos de outrora, dessa vez não foi diferente. Um mundo de pensamentos e lembranças passou pela minha cabeça nessa manha, me lembrei do tempo de menino, lembrei dos amores de outrora, no que me tornei. Seu Chico sentado atrás do balcão me viu com pensamentos perdidos naquilo tudo e foi categórico:
- Pensando na vida menino?

- Pois é meu caro, estou pensando no tempos que não voltam.

Seu Chico deu um sorriso enorme e de quebra me ofereceu uma música para me ajudar nos pensamentos. Uma moda de viola, que gostou e queria repartir comigo. Pedi mais uma cerveja para acompanhar os pensamentos e a música. As horas se passaram rapidamente, quando dei por mim, já era hora de voltar para o almoço e para o descanso do lar. Assim meus poucos leitores o ponta pé foi dado para os festejos de comemoração ao meu aniversário que não terá diga de passagem nenhuma festa dentro de bares da moda, aquela besteira que muitos cometem, e sim quem quiser pagarei uma cerveja no bar do Chico que é cada vez mais o meu lugar. 

Até.

2 comentários:

  1. [b]um presente pra você:[/b]

    Embriague-se (Charles Baudelaire)


    "É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.
    Mas de que? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.
    E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste dos eu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunte que horas são o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, lhe responderão: "É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar. De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser!"

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  2. um presente pra você:

    Embriague-se (Charles Baudelaire)


    "É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.
    Mas de que? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.
    E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste dos eu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunte que horas são o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, lhe responderão: "É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar. De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser!"

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