sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Estou de fato, voltando a freqüentar o meu buteco. Digo meu buteco como se fosse meu, porque lá é o meu lar, lá me sinto bem. Fiquei alguns dias sem pisar por lá, com isso perdi os causos, as fofocas, os porres, perdi muita coisa. Acompanhei mesmo que distante o sumiço do Belchior, que por sinal gosto muito, sei que estou misturando água com vinho, mas explicarei. O Belchior tomou um conhaque de sumiço, foi parar no Uruguai, o seu Antonio, fez o mesmo. Quem é o seu Antonio? Seu Antonio, é um cabra matuto, cabra esperto, boêmio, sambista, grande malandro, freqüentador assíduo daquela espelunca. Malandro inteligente, gostava muito de conversar com o cabra. Só com o sumiço do Belchior, seu Antonio resolveu fazer a mesma coisa, sumiu, ninguém sabe aonde foi parar. Os vizinhos não vê ele entrando e nem saindo de casa, os donos de bares, penduraram as contas dele no prego - querem mais que ninguém saber do sumiço. O sumiço ninguém sabe dizer, o que pude apurar na noite de ontem, é que seu Antonio, andava cabisbaixo, sem fala, quieto, tomando todas, como diria o baixo: secando o rio São Francisco inteiro. Saiu do bar na sexta-feira, e não voltou mais, uns dizem que o viram na madrugada de domingo para segunda-feira no ponto de ônibus, outros dizem que os móveis estão la dentro da casa, ninguém o viu com alguma espécie de mala. O mistério continua, vamos ver aonde o mistério vai dar, o que sei é o fantástico não fará entrevista com o próprio. É por essas e outras que o meu lar é o buteco.

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