sábado, 5 de setembro de 2009

Para Ana.

Já se passava algum tempo que não lhe via, que não tocava tua face branca. Sua imagem me fazia uma surpresa todas noites. Os lençóis ainda amassadas depois da noite de amor e juras, revelava a saudade do teu corpo macio e puro. Na minha boca ainda restava o sabor do teu sexo. A noite caia longamente, o relógio na cabeceira da cama, marcava as mesmas horas. A taça de vinho vazia, revelava a sede do teu corpo, a sede do teu sangue misturado ao meu. Olhava pela varanda e nada via, a não ser o silêncio e a solidão de mais uma madrugada. Imaginava aonde estaria você neste momento, e o que estaria fazendo, depois da nossa despedida. Seu cheiro ainda era sentido pela casa, as pegadas dos seus pés molhados ao sair do banheiro ainda era vistas, parecia não secar com o tempo, revelando o caminho percorrido pelo o teu corpo até se grudar ao meu. Seus gritos e sussurros não sai da minha mente, neste exato momento, na solidão fria sem o teu corpo quente, pude perceber o amor que sinto por você. Ainda lembro da primeira vez, que o meu corpo grudado ao teu, sussurrei baixo ao teu ouvido: hoje, penetrei o meu corpo no teu, e não será fácil sair dele... Você zombava, ria, sorria, dizendo que eu era o poeta que ela mais adorava, e a todo momento dizia, para continuar falando as breguices que eu tanto falava - que nenhum ser da terra era mais romântico. A noite parecia não mas terminar, permanecemos grudados um ao outro na ânsia incessante de se juntar, de unir, o que no passado foi separado. Com essas imagens e sons, na lembrança, vou passando a noite, a delirar na janela, junto a lua e as estrelas, à pensar em você.

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