sábado, 12 de setembro de 2009

Para Marina.

Era uma tarde qualquer, tempo fresco, tarde cinza, aquelas que não se espera nada, e ao mesmo tempo tudo. Você chegou, vestida numa blusa azul, com algumas estrelas, calçando um tênis branco e calça jeans. Me pareceu a primeira vista, uma menina. Veio irradiante, dando um daqueles sorrisos lindos que só você sabe dar, olhos cravados ao meu, revelando a imensidão do teu mar. Daquele instante até hoje, o que me lembro de ti, é o seu olhar. É dele que sinto mais falta. Como disse era uma tarde qualquer, no começo, depois, uma tarde para nunca mais esquecer. Era a primeira vez que te via, era a primeira vez que escutava tua voz, que sentia seu perfume. Sentamos naquela mesa na calçada, depois dos comprimentos, uma cerveja para acalmar o momento. Ficamos ali por horas, batemos papo, falamos, escutamos, colocamos para fora todos os sentimentos, toda a revolta com o mundo. Você sempre sorridente, jeito leve, me contava sobre a festa do fim do ano, meus olhos perdidos nos teus, revelava que naquela noite que vinha, iria acontecer algo à mais. O papo estendeu, a sede aumentou, perdemos o medo, começamos a se soltar mais. Lhe presenteie com um livros de poemas " da mina do leminski", você com um sorriso ainda maior, me agradeceu, escolhendo um poema para mim. O tempo passava rapidamente, sem me dar conta, tinha sentido algo a mais por você. Me reservei naquele instante, admirar você ainda mais. Depois de vários papos, algumas doses de cachaça, resolvemos ir para o samba, que você tanto adora. O percurso foi rápido, pegamos ônibus, já que tanto eu como você não dirige. Você se mostrava feliz, empolgada, com mais uma noite de samba-de-bamba, daqueles que espanta tudo de ruim. Chegamos na casa um pouco cedo, mas o samba comia solto, pedimos mais uma garrafa de cerveja e dois copos. O meu olhar se perdia naquele ambiente, e se encontrava no teu. Num breve instante teus lábios finos, cravou-se aos meus. Nos beijamos longamente durante alguns segundos, e pude perceber, que tudo pode acontecer sem esperar. Você me abraçava, eu te beijava. Ficamos ali, naquela noite, o meu olhar era teu, o meu olhar de embriagado. Você reclamava que o lugar estava cheio, queria ir embora. Partimos rumo a teu apartamento. No caminho pensava em você a todo instante, pensava no teu corpo colado ao meu, na tua pele branca. Sentia uma imensa vontade de agarrar você ali mesmo, no banco traseiro do taxi, mas me contive. Te amei ali, naquele instante. Entramos no apartamento, que mal me lembro, nos jogamos no sofá, a todo momento eu olhava nos teus olhos. Tocava teus lábios, como se fosse, dois potes de mel. Teu corpo pequenino, teu jeito de menina, que esconde uma grande mulher, uma grande guerreira. Me contava da sua vida, enquanto algumas músicas tocava na vitrola. Nos perdemos naquele instante, partimos rumo a cama, sentia teu corpo no meu, beijava você locamente, uma vontade de percorrer teu corpo com meus lábios, de lamber teu sexo, e fazer você delirar de prazer. A madrugada era a nossa companhia, dois corpos, se entregando na ânsia de se encontrar. Beijava teus seios macios, percorria teu corpo, beijava todas as partes. Assim foi a madrugada, nos perdemos, dormimos. Acordei durante toda noite, sem dar conta do que havia acontecido ali naquele quarto. Lá fora, o dia amanhecia. O céu amarelo, alaranjado, revelava que era hora de partir, beijei tua face, como um pai faz com o filho, e naquele instante, pensei foi apenas aquela noite, nada mais. Hoje o que guardo comigo aqui, é o teu livro, e a imensa saudade de você.

Sem comentários:

Enviar um comentário