terça-feira, 11 de maio de 2010

Corinthians, seu Valter, eu

Já que nesses últimos dias, o que passa em minha mente é futebol. Esqueci de outros problemas, esqueci de política, esqueci de tudo completamente. O que dói no peito meu é a derrota de meu time. Na hora me veio na mente a imagem do seu Valter gritando pelas ruas: Coringão, coringão. Seu Valter, me fez ser corinthiano. Seu Valter, nunca falei dele aqui, cometi um erro grave, por não falar dele aqui. Seu Valter, era meu vizinho, minha mãe contando mais sobre o que não recordava na minha infância me disse que o seu Valter, quando ficou sabendo da tua gravidez, de cara disse: 

- Esse farei de tudo para ser corinthiano. 

E os deuses quiseram assim, me fez Corinthiano. Meu irmão mais velho que é São Paulino, de cara sempre zombou de mim por ser corinthiano. Confesso que torcer pelo o Corinthians é ser um pouco mais brasileiro, é sofrer calado, é entender um pouco mais o Brasil, é ser mais povo. De lá pra cá dos tempos meus de infância, aprendi muito torcendo pelo o Corinthians, mas confesso que nunca foi fácil. Seu Valter partiu, virou encantado já faz cerca de oito anos, mais ainda me vem na mente minha, quando vejo o Corinhians perder, o que diria o velho. Logo penso que o velho choraria, que se trancaria em casa, que procuraria alento na bebida. Na noite de quarta-feira, quando o meu time perdeu mais um vez, me veio na lembrança o velho Valter, me parece que gostaria de me dizer alguma coisa. Deitei para dormir e o sono não vinha, passou inúmeras vezes tua imagem na minha mente. Uma delas é quando de suas mãos ganhei a primeira camisa do Corinthians, a famosa Kalunga a qual eu vestia mesmo estando suja. Hoje um pouco mais conformado e esperançoso, ergo a cabeça mesmo emocionado pra cacete, sigo em frente, pois sei que o Corinthians ainda é um menino travesso, mesmo perto dos cem anos, é um menino que ganhará o mundo. Que o lugar ao sol virá assim como outro menino chamado Brasil.

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