quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O despertar de cada manha, o sol dando as caras no horizonte, e aqui dentro esse vazio que não tem fim. Esse desespero que nada preenche, essa saudade que nada diminuí, esse pigarro denunciando a fumaça inalada. Taças e mais taças de vinho, garrafas espalhadas pelo o canto, da janela deste edifício nessa manha intediante, vejo crianças brincarem e uma nova esperança surgir. Reparo no vai-e-vem das pessoas, reparo na sinfonia das buzinas da metrópole cinza. Percebo que passei a minha infância, a minha adolescência, brincado e correndo nessas velhas ruas, que não saem da minha lembrança. Vejo o tempo correr, e nada parece mudar, o desespero vem ao meu alcance e essa saudade enorme da tua luz. Me olho no espelho e não me conheço, percebo que há dias minha barba anda por fazer, me envelhecendo ainda mais. No meu blogue as mesmas estórias de sempre, os mesmos vazios nas entrelinhas escritas. Tudo parece cinza, nem mesmo a claridade dessa manha, que entra pelo o vão da cortina, parece mudar algo. O café preto, amargo, junto com as torradas com manteiga, é a cura da ressaca, revelando que mais uma noite de insônia e de embriaguez. Já não te reconheço, teu retrato na minha estante, teus livros misturados ao meu, folheio, e sinto você. Penso em quais versos você gostou mais, penso no que você pensava enquanto lia aquelas linhas. Tudo virou pó, tudo ficou cinza. Hoje tentando conter essa escuridão aqui dentro, escrevo essas mal traçadas linha, pondo para fora, algo que não quero mais aqui dentro, como disse ainda existe o cantar, ainda existe a manha, ainda existe o céu, ainda existe o mar.

Sem comentários:

Enviar um comentário