sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

É madrugada, é vazio, é silêncio. A casa vazia, silêncio interrompido pelo samba que sai da vitrola. Minha voz pigarreada cantando samba - esquecendo minhas dores. Não vou mais brigar com o criador e nem buscar em tudo uma razão, deixar o tempo me ensinar, que cada dia é uma lição. É minhas noites não tem como ser esquecidas. É papo, é conhaque, é amor. Dentro de mim me perco, dentro de mim me acho. Digo sempre que não quero viver muito - sinta-se a vontade Deus de me levar nessa noite, pois eu já bebi muito, vamos acertar as contas, pois covarde sou, não quero te encarar são. Vai me diz, porque me fizesse um ser tão infeliz? Me diga porque tirou de mim minhas alegrias, me deixando assim sozinho nas esquinas. Vou beber é claro que vou, não me importo o que farei aqui na terra, e nem o que levarei ai, para aonde eu vá. Quero que tudo se (phoda), inclusive minha vida. Quero é chorar meu querido Deus, isso, chorar nessa madrugada vazia, quero lembrar dos sambas, quero chorar a saudade da minha menina, que tu roubou de mim, quero aqui como meus cigarros apagados no cinzeiro, meu coração solitário a lamentar tudo que tu roubaste de mim. Quero neste texto embaralhado feito minha visão, desejar que nessa noite eu parta para ao longe, aonde não exista dores, quero descansar, pois o meu coração é fraco, pois o meu pulmão parará também, e assim meu Deus, permita que parto hoje, permita morrer de porre ouvindo samba - batucando na mesa. Permita meu Deus você que é o criador e me mandou para essa terra cheia de dor, me leve hoje, por favor.

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