quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Futebol sendo a desculpa para dar um pulo no buteco, porque não a desculpa para o porre, para o vômito, para a ressaca do dia seguinte? Ontem não se sabe como consegui chegar em casa - confesso que o meu coração pedia um pouco de emoção e porre, foi o que dei a ele. Noite por sinal de fortes emoções posso dizer - meu reencontro com minha espelunca querida, marcada por uma alegria intensa, rever alguns amigos bebuns que há tempos não via, sentar naquele velho banco, sentir os olhos se perderem, se encontrarem. Papear com os amigos, gritar bem alto o gol, lamentar as chances perdidas. Ontem como há tempos não fazia, bebi os mares, bebi os rios, minha boca parecia uma chaminé saia mais fumaça que escapamento de caminhão. Tosse seca, peito quase estourando. Perdi a conta de quantas ampolas bebi, quantas doses de conhaque, enfim. Vim embora caminhando lentamente como sempre faço reparando nas casas, no silêncio que a madrugada me dá, na paz, no choro, em tudo que a vida tem me dado. Mas nem tudo é maravilha, depois do porre, vem a desgraça, porque toda embriaguez será e deve ser castigada, passei mal pra cacete, tremedeira, suor frio, vomito, dor de cabeça. Pensei que morreria, mas pra minha sorte os deuses assim não quiseram me deram mais um dia, não lamento que tudo que fiz, joguei a desculpa no futebol, prometendo cautela na próxima ida até a espelunca, prometendo me cuidar num futuro breve. Apenas prometendo. 

Sem comentários:

Enviar um comentário