domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quando nas minhas noites vazias, me perco no horizonte do passado, vejo tudo que fui, e o que me tornei. Sinto uma tremenda saudade dos tempos de outrora, da minha meninice, das meninas que passou pela minha vida, que levaram um pouco de mim. É um desconsolo que não sei explicar. Tantos tombos, tantas alegrias e momentos que não mais voltam - se deixa guardado em alguma gaveta da lembrança. O silêncio que me perco lembrando de tudo isso, da pessoa que fui, da pessoa que me tornei. Como se fosse um espelho pois sinto que o meu pai já vivenciou tudo isso também, numa das nossas conversas falando do passado dele, ele me disse que era um ser saudoso, que sempre se perdeu no passado, que procurava no passado o caminho que levava ele até o presente e o futuro. Tenho muita coisa parecida com o meu (veio), isso me deixa orgulhoso. Pois o malandro é uma das pessoas  mais simples que conheço, das mais belas e queridas que tive o prazer de conviver. Poucas horas atrás numa das nossas conversas telefônicas, senti uma puta saudade dos tempos que ele vivia conosco, comigo, com o meu irmão e minha mãe. Mas como sempre o rumo que a vida dá, nem sempre podemos mudar, o malandro se foi, mas sua presença continua forte, continua me iluminando nos caminhos que trilho e nos que sonho. E assim é a vida. A escrita aqui que sempre faço neste humilde espaço, tentando focar o cotidiano, focar aquilo que vivo seja nos bares, nos lares. Nem sempre também tudo que escrevo aqui foi vivido por mim, pois inúmeras vezes escrevi coisas imaginando o sofrimento e a vivencia dos meus semelhantes. Querendo entender o vazio que somos, as carência, os sofrimentos, as alegrias e tristezas. Hoje misturando tudo aqui, resolvi sem nem imaginar, talvez seja a chuva que cai la fora, pois sempre que chove algo muda aqui dentro. Uma espécie de solidão e vazio. Sempre erraremos, mesmo que por tantas vezes tentamos o caminho bom, o caminho do amor, o caminho de doar-se para preencher aqueles que estão ao nosso redor, claro que nem sempre é possível. Me baseando nisso tudo, resolvi escrever, claro que não é a escrita mais bonita do mundo, que contém inúmeros erros, mas escrevo como quem chora, com quem lamenta os males do mundo, que vive a mercê da esperança de ver tudo isso mudar algum dia, de querer e fazer para que mude, pois toda a mudança começa dentro de cada ser ao amanhecer. E por fim, tudo isso que escrevi foi querendo dizer do passado, da vida, da enorme presença do meu pai dentro de mim, pois o meu misto de saudosismo com emoção, me faz assim e por fim como costume dizer com os olhos marejados termino por aqui.

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