sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

NADA

O que posso dizer dessa noite, meu caro amigo. Digo que valeu pelo o nosso porre simples e sincero. Valeu por nossa conversa simples e sincera. Sei que você ser humanos exemplar já deve estar sonhando com as mulheres, pois malandro que és, deve estar conquistando elas no sonho. É verdade meu caro, quando lhe diz, que o meu destino é sofrer pelas madrugadas vazias, você me disse, que o meu coração não vai agüentar tanto sofrimento. Você tinha razão ela não aguentou - nessa noite vazia e solitária deixei um pedaço dele nas ruas, deixei um pedaço dele com os cachorros que me acompanharam na minha vinda do bar até em casa. Meu caro, acredito que partirei hoje de madrugada, o samba esta rolando na vitrola, o cigarro no cinzeiro, mas permita-me um favor? Quando no meu velório for, peça para tocar aquela música do Aldir Blanc e estender a bandeira do meu time do coração em cima do caixão. Jogue também, meu caro, um copo americano pois você deve saber que lá no céu - é tudo correto e eles não devem usar copos vagabundos como eu gosto. E também lhe deixei o número de minha menina, liga para ela, e diga que sempre amei-a, quando for jogar terra em cima de mim - jogue aquele livro do Guimarães Rosa, o disco do Cartola e meu chapéu Panamá, pois quero estar acompanhado no paraíso.

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