terça-feira, 12 de janeiro de 2010

GERAIS, GERAIS

Com os olhos cheio d'água, me despeço de mim, para encontrar você na saudade. Saudade que arrebenta as fibras do peito, meu coração tão fatigado, cansado de outrora se acaba. Com um resquício de aguardente na boca, assim me lembro de ti, minha Gerais. Recebi a pouco tempo atrás um telefonema de minha avó Anita, direto das bandas das gerais. Olhos marejados, voz trêmula, respondi que irei em breve irei, passar uns dias na roça. Sua voz cansada no auto de seus oitenta anos, disse que tudo bem, que me aguardaria. Senti mesmo que a distância, mesmo que telefone, o sabor de seu céu e de suas estrelas. Senti uma saudade absurda de você minha Gerais. Pude escutar aqui, o som do vento batendo na cana de açucar, senti o queimar das lenhas no fogão de lenha. Senti as prosas sentado na beira do mesmo fogão. Senti a luz que no meio daquela escuridão toda. O velho gosto da cachaça, é o alento nesta noite, aonde sozinho, busco o meu lugar, mesmo que perdido nas lembranças, é por você Gerais, que o meu peito arde, é por você que tento a todo instante ser um ser mais simples e honesto. Um dia minha Gerais, irei morar ai, na beira daquela montanha, naquela casinha simples, com um fogão de lenha, com a simplicidade que sempre busquei na minha curta vida de menino sonhador. No meio de sua poesia, espero os dias se acabarem e a morte vir me buscar, assim minha Gerais, terei a certeza, que serei enterrado na terra que sempre sonhei, assim você terás em seu solo, o meu ser para nunca mais separar-te de mim.

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