sábado, 7 de novembro de 2009

Já era noite, quando o telefone tocou. No outro lado da linha, sua voz triste, como quem acabou de chorar, me dizia o quanto lamentava, o quanto se arrependera do termino precoce da nossa união. Dizia que lamentava o que tinha acontecido, que não era pra ser assim, que o tempo havia mudado tudo. Um triste silêncio, se fez presente a ligação ficou muda, você chorava, pedindo desculpas, antes de eu falar alguma coisa, você disse adeus e desligou o telefone. Fiquei a contemplar o silêncio do adeus, o silêncio das palavras não ditas, lamentando o que poderia ter sido, se tivesse deixado eu mostrar o que guardo para ti aqui dentro. O velho cigarro no cinzeiro, o velho disco, a mesma voz do poeta, me dizendo que as coisas tinha que ser assim. A noite linda lá fora, os amantes se amando nos bancos da praça, fazendo eterna juras, de amor para toda vida. Um triste sorriso brotou de minha face, triste e pálida, dei risada, chorei, lamentei, mas não havia tempo para mudar o que o mesmo tempo determinou. Ficamos ali juntos na solidão, a lamentar no escuro da noite na presença das estrelas, mas um romance que chegou ao fim, mas uma jura desmentida, mas um poema rasgado na lixeira do banheiro, mas uma palavra calada, mas uma veia que estoura aqui dentro, e mas uma vez, mas uma vez....

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