terça-feira, 17 de novembro de 2009

O conheci numa tarde de segunda-feira, uma tarde simples, dessas qualquer. Tarde de calor, com uma leve brisa soprando, seu Antonio, estava sentado no banco da praça, esperando seu velho companheiro para o jogo de damas. Sentado embaixo da árvore, dizia, que não gostava do calor, que sua preferência sempre foi pelo o tempo frio, que fazia se recordar de sua infância em Porto Alegre. Seu Antonio, para minha surpresa me foi apresentado naquele dia, quando passava apresado para mas um dia de trabalho. Devido a um escorregão, torci o pé, com muita dor no tornozelo, seu Antonio, me puxou para o banco, disse para eu aguardar um pouco ali, que iria até a casa simples que morava para apanhar um pouco de gelo e um copo d'água. A dor aumentava, por um único instante cogitei a idéia de ir embora, mas a dor me fez re-pensar. Avistei do outro lado da rua seu Antonio apressado vindo com uma garrafinha de água e uma compressa de gelo, pediu para eu não me mexer, colocou a compressa de gelo sobre o meu tornozelo. Sentindo um pouco menos de dor, lhe agradeci, lamentando o ocorrido, ele ainda com um sorriso singelo estampado no rosto, disse que era assim mesmo, ainda brincou, dizendo que eu andava com os pensamentos nas nuvens, ou até mesmo, pensando em alguma mulher. Dei um risada, dizendo que não andava com essa bola toda. Tivemos um cinco minutos de papo, quando lhe perguntei o que fazia naquele banco. Foi quando ele me respondeu, que a velhice, não nos resta nada, além de sentar num banco e pensar na vida, no passado em busca de lembranças. Mas que também esperava um grande amigo, que por sinal estava atrasado para algumas partidas de damas. Por um breve instante fiquei a pensar no que foi dito, mas a dor me impedia de filosofar. Disse para ele que precisava ir para casa, que não precisava mais de ajuda, que alguns minutos apenas estaria em casa, que procuraria um médico, para quem sabe a gravidade da torção enfaixar o tornozelo e ganhar alguns dias de descanso do trabalho. Levantei calmamente, procurando não apoiar o corpo sobre o tornozelo torcido, lhe agradecendo pela ajuda, prometendo voltar assim que me recuperasse para um partida de damas, e quem sabe talvez, uma conversa sobre as coisas do mundo e da vida.

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