segunda-feira, 15 de março de 2010

CÃO SEM DONO

Sendo um fiel amante da sétima arte, mesmo tendo deixado um pouco o cinema de lado e me entregado a fio para literatura não abandonei o mesmo. Vire e mexe estou revendo algumas películas que tanto gosto. Sempre o cinema brasileiro mais precisamente o cinema contemporâneo brasileiro se fez mais presente na minha vida. Me lembro dos passeios pela rua Augusta nos cinemas alternativos, depois uma leve passada nos butecos para refrescar a mente e absorver mais sobre o que tinha acabado de ver. Confesso que não tenho feito mais estes passeios, mas sempre que posso assisto algum filme em casa. Poderia ficar citando aqui inúmeros filmes que fizeram minha cabeça, que me deixaram um tanto incomodado com seus temas, com suas angústias, com sua arte sobre a vida. Mas pelo o que me lembro o que mais me marcou nos últimos tempos foi dois filmes: Cinema, aspirinas e Urubus e Cão sem dono. Ambos assisti inúmeras vezes, e ainda assisto. Mas falarei um pouco sobre o Cão sem dono. Me lembro quando vi a película no cinema era se não me engano a última sessão, escolhi o filme junto com a minha amiga. Me marcou profundamente. Hoje re-assistindo-o tive a mesma impressão que tive naquela noite. A mesma angústia, o mesmo sofrimento. Naquele momento o filme contava algo que parecia ter sido feito para mim, logo de cara me identifiquei. Senti na pele aquela película, e poderia dizer que aquele era o meu filme e porque não a minha vida, porque naquele instante, tudo que se passava no filme era o que acontecia comigo. Aqui vai uma breve sinopse do filme.

CÃO SEM DONO é uma observação de um relacionamento amoroso, escrita com as cores íntimas de um retrato de geração. Narra o encontro entre Ciro, recém-formado em Literatura, que passa por uma crise existencial marcada pelo ceticismo e pela falta de planos, e Marcela, uma ambiciosa modelo em início de carreira, que se entrega de forma obsessiva ao seu trabalho e, com isso, adia para mais tarde a realização de qualquer sonho.

 Hoje pude perceber que nada mudou, desde de 2007 até o momento. E quem gosta de dizer que homem não chora, esta definitivamente equivocado, pois homem chora. Chorei, chorei, o filme acabou e ainda continuo com os olhos marejados. Pois é o drama da vida, com suas piras existenciais, encontros e desencontros, amor e perda, falta, abandono. Tudo isso, para mim este é um dos melhores filmes brasileiros junto claro na companhia de mais alguns. Não quero aqui é claro, fazer uma espécie de critica ao filme, apenas resolvi escrever o que filme por si só já fala. Me lembro que naquela madrugada de 2007 logo após o filme, como não poderia deixar de citar a ótima trilha sonora da Nação Zumbi, minha amiga virou para mim e disse: 
- Este filme parece que foi feito para você. 

Ela tinha razão e como tinha razão. Pois sou também um cão sem dono, um ser nas suas dúvidas existencialistas, cercado de abandono, perdido nos encontros e desencontros da vida. Mas enfim termino por aqui, pois neste momento na madrugada o que posso dizer é que de fato é um belo filme, quem não viu fica a dica, quem já viu assista novamente, pois com certeza vale a pena ver de novo. 

Até.

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