quarta-feira, 3 de março de 2010

Tenho te visto ainda, nos bares que nunca entramos, nos lares que nunca conquistamos, tenho te visto no calor daquela tarde caminhando, tenho te visto ruas atravessando com teu vestido cinza com lenços no pescoço, tenho te visto daqui distante, tenho te visto no calor da minha pele ardendo, tenho te visto aonde você nunca foi, tenho te visto no escuro lugar que habita, tenho te visto nos lugares mais cheios e vazios, a brilhar nos palcos, a beber pelos bares, a esquecer os amores. Tenho te visto na cabine do telefone, tenho te visto no olhar da tua pele que me chama, tenho te visto tanto que me canso às vezes de te ver. Tenho te visto saboreando aquela bebida que lhe embriaga, tenho te visto subindo as escadas, tenho te visto dando ar, tenho te visto saboreando os ventos, tenho te visto em lugares distantes e ao mesmo tempo perto. Tenho te visto nos sambas que escuto, tenho te visto nos versos que escrevo, tenho te visto nas viagens que faço, tenho te visto no meu desconsolo de uma noite vaga, tenho te visto na saudade, no presente, no futuro. Tenho te visto carregando tuas compras, tenho te visto me esquecendo, tenho te visto me olhando, tenho te visto ao telefone e até mesmo por engano. Tenho te visto nos rostos das mulheres que passam ao meu redor, tenho te visto nos vazios de minha alma vadia e errante. Tenho te visto me chamando, tenho te visto me acenando o adeus da partida, tenho te visto na manhã quando o sol bate em tua janela e depois da parte da tarde quando  o mesmo bate na varanda. Tenho te visto de todas as formas, te todas as maneiras que o meu peito te chama, e por aonde você anda, que não me diz, por onde andas você menina que sem querer se perde de mim, sem poder ao menos lhe dizer que lhe amo.

Sem comentários:

Enviar um comentário