segunda-feira, 29 de março de 2010

Nessa noite em que o glorioso São Pedro castiga minha querida terra da garoa ( agora virou das chuvas), nessa noite aonde apelo para todos os santos, todos os orixás, todas as rezas e mandigas, para que a chuva diminua, e que possa dormir sossegado. Nessa noite aonde minha embriaguez me falta - nessa noite em que a bebida se faz ausente, aonde a escassez de bebida me deixa um tanto sem graça, nessa noite na qual me lembro do buteco, daquela esquina, dos meus amigos, nessa noite aonde meu tempo de infância me atormenta, me rouba o juízo, nessa noite em que nada faz sentido, nessa noite que se aproxima o mês de abril ( tenho medo do mês de abril), nessa noite na qual me perco em pensamentos, em lembranças, nessa noite nada faz sentido, nessa noite nem a chuva que cai lá fora alivia os tormentos, nessa noite sem nada para dizer ou até mesmo escrever, nessa noite que dá saudade de tua voz ( você sabe que é da tua), nessa noite que meu choro é compulsivo, nessa noite que desejo teu corpo, nessa noite que desejo tua fala simples e carinhosa, nessa noite apenas nessa noite, me perco na esperança do meu encontro, nessa noite na qual sonho acordado, ando me desfaço e me faço, nessa noite na qual a poesia me falta, nessa noite que tudo se mistura, nessa noite que nada faz sentido, nessa noite que a minha escrita vacila, te ver seria o encanto maior, seria o prazer maior apenas nessa noite venha ao meu encontro, venha.

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