terça-feira, 2 de março de 2010

PASSEIO, MULHERES, EDUARDO GALEANO

Num desses meus passeios de inicio de semana, assim quando o tempo me convém sair andando pela cidade, visitando lugares que gosto, perdendo tempo dentro de sebos, livrarias, butecos, em busca da paz para começar uma boa semana, encontrei numa prateleira numa breve pausa dentro de uma banca de jornais para a compra de alguns maços de cigarros, o livro do craque Eduardo Galeano chamado Mulheres. Confesso que o título me atraiu bastante e por isso acabei comprando. Gosto de comprar livros assim, sem querer, sem esperar. O livro é um apanhado de prosas que falam do mesmo assunto: Mulheres. Para quem ainda não sabe, mulheres sempre me atraiu, seja pelo seu lado curioso, seja pelo teu lado atraente, pela sua beleza, pela tua sensibilidade, seja pela sua tristeza, pela a força  que há  dentro delas. Aproximando do dia internacional das mulheres, deixo aqui uma prosa, que fala bem deste meu sentimento por elas, na palavra do craque Eduardo Galeano.

PARA INVENTAR O MUNDO CADA DIA

Conversamos, comemos, fumamos, caminhamos, trabalhamos juntos, maneiras de fazer amor sem entrar-se, e os corpos vão se chamando enquanto viaja o dia rumo à noite.
Escutamos a passagem do último trem. Badaladas no sino da igreja. É meia-noite.
Nosso trenzinho próprio desliza e voa, anda que te anda pelos ares e pelos mundos, e depois vem a manhã e o aroma anuncia o café saboroso, fumegante, recém-feito. De sua cara sai uma luz limpa e seu corpo cheira a molhadezas.
Começa o dia.
Contamos as horas que nos separam da noite que vem. Então, faremos o amor, o tristecídio.

Eduardo Galeano - Mulheres, editora L&PM POCKET

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