domingo, 14 de março de 2010

NOITE DE SÁBADO

Bar do Baixo, noite de sábado. Apesar da noite maravilhosa, os tormentos não me dão descanso. Aliviando a depressão tomando aquela famosa cervejinha ( que diga de passagem só faz mal para quem não é chegado nela), batendo aquele famoso papo, de quem não tem nada para fazer e acaba de deixando levar nos bares mais vagabundos. O bar do Baixo, como sempre falei é um bar simples, de pessoas nem tão simples assim. Digo tem aquelas que são, e outras tantas que também são, mas não querem deixar isso amostra. Se vangloria de seus carros novos - mesmo que em 60 vezes, o carnê maior que a bíblia. Enfim para cada louco a uma nova prestação. Eu que diga de passagem abri mão de comprar carros ( pois sempre que em São Paulo chove a boa mesmo é um barco), e pensando nisso é que afirmo que comprarei um barco em breve. Mas voltando ao assunto, era uma noite agradável, aquela famosa paz que sempre precisamos, mas como bar tudo pode acontecer, aconteceu. Lugar de mulher nem sempre é buteco ( não querendo ser machista), acredito que elas sempre embelezam o lugar, mas nem sempre isso é bom. Explico. Como estava falando de carro, que por sinal é objeto de desejo de quase metade da população brasileira, chegou o Galego. Galego é um daqueles seres, que não me cheiram bem. Metido a esperto, metido a putanheiro, o famoso ( comedor), chegou na companhia de uma bela morena no alto de seus 1,80, lindos olhos, vestido colado ao corpo, uma tremenda belezura. Antes de parar no bar, Galego ficou acelerando seu belo carro, se mostrando para todos ali presentes. Como buteco é buteco, já começou, os palpites sobre o malandro. Na minha como sempre fico, não entrei nos comentários, pois nem gosto de comentar a respeito daquele ser. Quando a morena pisou na espelunca, os olhares embriagados de todos ali presentes se voltaram para aquela beleza. Alguns mais ousados, soltaram comentários, que nem colocarei por aqui, devido audácia dos malandros. Galego sentou na parte de fora do bar, puxou a cadeira para sua morena, e logo gritou:

- Ademar me trás uma cerveja ai! 

Baixo que também não é chegado no malandro, deixou ele esperando um pouco. Pois butequeiro que se preze tem que saber chegar. Baixo olhou na minha direção, deu uma piscada, abriu o freezer pegou uma garrafa de cerveja daquelas mais vagabundas ( que nem de graça desce), levou para o malandro. Ainda soltou um daqueles sorrisos malandro, conquistado há anos por de trás do balcão. Galego ficou uma fera, quando viu a garrafa aberta na tua frente, esbravejou:

- Pedi uma cerveja, porra!

Baixo sem titubear:

- Você não sabe ler? Olha ai o que esta escrito na garrafa.

Como já sabia que o baixo faria isso, comecei a rir. Galego que como disse não me cheira bem, ficou puto. Na dele humilde - disse: 

- Ademar você sabe a cerveja que bebo. 

Baixo:

- Não sei de nada, você pediu uma cerveja, ai esta ela. Na próxima você pede qual é a cerveja que você quer. 

- Me traga uma Brahma, Ademar. 

Baixo que é um tremendo sujeito, voltou dando risada, abriu o freezer, pegou uma garrafa de Brahma levou até a mesa do casal. O ambiente ficou normal, ficava reparando naquela morena. Linda morena por sinal, daquelas que transformam qualquer noite, numa noite maravilhosa. Caminhei até o Baixo lhe dizendo que aquilo tudo terminaria mal. Que aquela morena causaria brigas por ali. 

Quieto no meu canto, perto do banheiro, que por sinal é um belo lugar para se ficar. O casal lá fora, estava digamos num clima especial. Dava para se perceber que a morena estava com um fogo daqueles. Ou que também só queria sugar umas cervejas do otário daquele ser. Em pouco tempo, a mesa deles, parecia uma ceia de natal. Bandeja de frango frito, saquinhos de salgadinhos, copo de caipirinha, garrafas. Os freqüentadores ali presentes começaram a soltar comentários a respeito da morena. Dizendo que era muito gostosa, outros diziam, imagine aquilo lá em casa na minha cama. E davam gargalhadas. Galego que começou a reparar também do que acontecia ao seu redor, viu que todos olhavam para aquela mulher que lhe acompanhava. Quando gritou: 

- Tirem olhos dela, seus merdas, que ela é minha!

Popó que é um sujeito que não vacila, soltou:

- Não estou vendo o teu nome nela, portanto ficarei olhando seu puto!

Galego ficou puto de raíva, esbravejou ir pra cima do malandro, mais ficou quieto.

A morena parecia gostar de ser desejada por todos ali. Levantou para ir no banheiro, o olhar de todos em tua direção, naquela cintura, naqueles peitos, naquele rabo. Ela veio na minha direção sem titubear olhei o corpo dela inteiro, ela passou por mim, com um olhar de malícia, entrou no banheiro. Galego, soltou:

- Ela é a mulher mais gostosa que conheci. 

Todos concordaram sem entender o que uma mulher daquelas fazia com um sujeito daqueles. 

Ela saiu do banheiro, foi em direção da mesa, quando um bêbado falou algo em teu ouvido. Ela soltando um sorriso, sentou. Galego sem titubear, gritou: 

- Seu bêbado filadaputa não vê que ela não é para teu bico.

Bêbado: 

- Nem para o teu seu puto. Fazer o que se ela é gostosa. Gritou em alto e bom som: 

- Morenaaaaaaaa, você é gostosa, fazer o que. 

Galego se levantou agarrou o bêbado, querendo matar o malandro, quando todos foram para cima separar a briga.

Baixo foi em direção a ele, pediu para ele acertar as contas e cair fora dali, pois mulher que é gostosa o buteco não é um bom lugar. Galego pagou a conta, pegou nas mãos da morena, que estava toda sorrisos, ainda gritou:

- Seus merdas, vão todos tomar no cú.

Todos ali presentes, gritaram: 

- Seu corno, seu corno. 

E assim terminou mais uma noite, pois buteco exige respeito. 

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