segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ah! essa saudade, essa vontade de lhe acariciar por inteiro. De invadir teu espaço, penetrar no teu corpo, cravar meus lábios nos teus, sentir teu perfume, acariciar seus cabelos, ouvir a tua voz. Cantar-te aquela canção que fica no meu imaginário. Beber teu gosto, sentir tua pele, enroscar meu corpo no teu. A noite chega, com ela trás aquela magia, aquela nostalgia de outrora, que invade meu ser, me domina, me cativa. Toma formas e cores, que não domino, me enrosco nas lembranças, no tempo que pude ter e não tive. No que eu poderia ter dito e não disse. A bebida minha eterna companhia, essa paixão ardente que fere o meu peito, essa poesia vagabunda, essa vontade incessante que não para um só um instante de crescer. Quando magia as noites não me trás. Eu bebo para ter argumento, o tempo zomba de mim, ri da minha desgraça. O peito desfalece, suplica o teu corpo, entristeço, a garoa cai, as ruas molhadas, derramo meu pranto, guardo o meu canto, bebo um trago, rabisco versos num papel. Folheio algumas linhas, busco o teu cheiro nas folhas, procuro na lembrança teu rosto, procuro na minha voz rouca, sinto arder e queimar essa cachaça que me sossega, que me embriaga. Meus olhos navegam pelas ruas - as luzes de natal das janelas das casas, me ilumina, dou riso, lamento tudo isso. Sinto que no fundo eu vivo para morrer de amor, para tentar reviver, no fundo sou uma eterna criança. Tudo se mistura, tudo se apaga, tudo se rabisca, tudo, mas tudo me devora.

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