segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Você me diz, que gosta de me ver sofrer, diz que eu preciso sofrer e amar, para que no fundo brote essa poesia vagabunda. Também gosta de imaginar eu andando pelos bares, bebendo, rascunhando versos no horizonte, traçando minhas rimas na imensidão. Tudo que disse é verdade, sou assim, e talvez não mudarei. A única coisa que lamento, é não poder matar essa saudade do teu corpo sereno, dessa tua paz. Longe de ti, sou um barco a navegar nos mares bravios, sou leme que não desce na tempestade - sou um oceano vazio. Minha única companhia é esse desespero que o teu corpo me causa, é perambular pelas madrugadas a rastrear tuas pegadas no asfalto, é lamentar o pode ter sido e não foi. Tenho é verdade muita coisa para escrever, pra dizer, pra soltar para o mundo, mas guardarei o meu pranto, pois o mundo tá cheio, e cheio de amarguras maiores que a minha. O que tenho para o mundo, é esse amor vadio, é essa lamentar longe do teu corpo, é inalar o cheiro dessa cidade cinza, que ficou mais cinza, sem você aqui por perto.

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