terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quanto tempo faz que beijei tua face te prometendo um mundo de paixão? Quanto tempo faz, que não vejo o teu olhar embriagado se perdendo no meu? Quanto tempo faz, que você sente meus lábios grudados no teu cheirando a conhaque? Você tão moderna, tão atual, eu tão velho, tão boêmio, tão metido à poeta - a cachaceiro. Hoje te vi, e recordei tudo isso, meu coração vagabundo, criado nos botequins mais vagabundos - que você tanto odeia, senti, como não sentia antes, essa saudade absurda de você. Essa saudade de tua fala, ao pé do meu ouvido, de porre. Esse seus cabelos a cair na minha face enquanto te beijo. Este teu cheiro doce, esses teus peitos, sua pele macia, quanta saudade. Aonde é que você se meteu, aonde é que você se escondeu, me deixando perdido no mundo da saudade e das lembranças. Apareça, vamos tomar umas, vamos trocar juras, até o dia clarear, vamos sair por ai, nesta cidade cinza, a escutar o silêncio da madrugada vazia. Vamos pirar juntos, e esconder por um único instante esse mundo, vasto mundo.

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