domingo, 13 de dezembro de 2009

Em algum lugar desta cidade, minha voz eco-a o meu canto, em algum lugar, deve de haver um alento vindo do teu corpo. Em algum lugar, não sei bem qual é, pois nunca lá estive, procuro o teu rosto na imensidão de rostos. Em algum lugar, eu queria estar com você. Em algum lugar queria estar na tua solidão, quieto e calado, para que não notasse a minha presença. Em algum lugar dessa cidade, eu queria estar contigo, nem que fosse um único instante, para que a minha voz ao pé do teu ouvindo falasse do meu pranto. Ao pé do teu ouvido queria falar-te da minha paixão por ti - como eu morro de amor. Em algum lugar dessa cidade eu queria cantar a canção que se faz presente nas nossas vidas. Em algum lugar desta cidade, eu queria apenas estar. Apenas estar contigo, embalar tua presença com o meu canto, solitário e boêmio, talvez fedendo a cachaça, talvez. Talvez eu não lamentasse tanto tua ausência em vida, se algum lugar desta cidade você aqui estivesse. Talvez eu não beberia um pouquinho para ter argumento. Talvez você não zombaria dessas mal traçadas linhas. Talvez, assim, de uma vez, para que dure o tempo que for preciso, penetrar no teu corpo, arrancar gritos e sussurros. Talvez quem sabe, não dá alguma resposta ao tempo, nesta cidade tão desconhecida, talvez nessa cama, talvez neste corpo, talvez eu entrasse e de lá não saísse.

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