segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

É verdade que ando ausente daquela espelunca, mas estórias não me faltam para falar do buteco. Não sei se comentei por aqui, mas o dono da espelunca, se chama Ademar, mas conhecido como Baixo. Baixo é mineiro, de João Molevade, cidade próxima a da minha mãe. Por isso deve ser o meu apreço pela aquela espelunca e com ele. Tenho um carinho enorme pela aquela espelunca, lá passei grandes momentos de alegria e outros tantos de porre. Lá passei a virada de ano de 2008 para 2009, lá comi arroz com farinha, dando graças e louvores, lá já passei mal, lá já chorei escondido, lá aconteceu de tudo. Mas o que eu mais gosto de fazer lá é papear. Lá me sinto no dever de escutar, de duvidar, de questionar. O Baixo veio da roça para São Paulo, veio assim como milhares tentar a sorte na cidade grande; acredito que conseguiu pois de cá não partiu. O Baixo, é um negócio serio o malandro teve pouco estudo, para falar a verdade quase nenhum. Vive errando palavras, algumas escreve errado, outras fala errado, nunca corrigi ,isso é fato, pois também erro e como erro. Mas numa dessas noites que nada fazem sentido, o buteco é o melhor abrigo. Fui até lá para saborear alguma bebida e prozear. A parede da espelunca é cheia de gaiolas de passarinhos, não sou nenhum conhecedor de passarinhos. Certa hora eu com minha curiosidade passageira, perguntei:

- Baixo, qual é o nome daquele passarinho escondido ali no canto?

- Canário.

- Bonito.

- E aquele outro ali Baixo, aquele casal, qual é macho e qual é fêmea, o que difere um do outro?

- O da esquerda é macho, o da direita é fema.

- Como é Baixo, o da direita é o que mesmo?

- O malandro ainda respondeu:

- Fema, fema.

Ainda tentei argumentar alguma coisa, bebi um gole de cerveja, acendi um cigarro, de quebra lembrei de Minas Gerais, lá o pessoal também erra, e tentar corrigir o mineiro, é um erro.

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