segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Assim como à minha poesia imunda, que vem, que brota do inconsciente suburbano, que me acompanha pelos lugares mais vagabundos, assim sou eu: um vagabundo. Minha poesia suja, assim como o copo americano no buteco da esquina, daquele catador de papel que pega os restos descartados por todos nós. A poesia que vaga pela noite, que acompanha o gari, que acompanha os viciados nas esquinas, nas bocas, nos morros. Poesia deste mundo caduco, poesia pobre, que me acompanhou. Peguei carona neste barco, e nele navego pelo o cais, pela escuridão desta cidade, que navego no rico rio de outrora chamado tietê. E aonde quer que eu vá, lá estará ela, à me acompanhar, à me guiar, seja no caos de minha mente, ou na paz do beijo dado, é minha fiel escudeira, assim como o cão que me guia. Assim caminhando nas ruas, levando garoa na cara, arrastando, para ninguém ver o meu drama, e o meu caos, vou seguindo, por vezes duvidando da direção tomada, por vezes também acreditando que o rumo é esse. Assim é, ninguém e nada mudará, enquanto eu caminhar neste mundo, enquanto eu acreditar nele, o sorriso da criança será a minha esperança, para que um dia talvez essa minha poesia suja, possa brotar uma flor, e quem sabe o nome dela não seja exatamente o teu.

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