terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Luzes, para todos os lados que olho vejo luzes. Me entristeço, olho e não consigo enxergar alguma esperança no futuro. Todos desejam feliz natal uns aos outros, mas ninguém se ama. É a mesma hipocrisia de outrora. Minha carteira de cigarros vazia - dou a vida por um cigarro neste instante, mas é vã. Abri mão é certo de comprar no buteco da esquina, preferi tomar um domec em vez de comprar uma carteira de cigarros. Lágrimas escorrem pelo o meu rosto, meu peito arde em chamas, assim como inferno. Deliro, essa embriaguez costumeira, essa vontade de enxergar uma única esperança no fundo do copo. Essa vontade de beber a madrugada, e vomitar esperança. Essa vontade misturada com querer lhe dizer o quanto eu sofro longe de ti. Tudo se mistura não tem jeito, milhares de pessoas viajam, fingindo ser feliz, babaca é aquele que fica, aquele que de algum jeito não foi possível ser diferente. Já disse não abandono minha aldeia é aqui que nasci, é aqui que morrerei. Lembranças de outrora se mistura com o presente, lamento tudo isso, lamento a pobreza brasileira, o que o país pode ser e não é. Meu amor por este povo, por essa terra, tão maltrada pela classe dominante. Lamento a pobreza, lamento a criança estar ali naquele semáforo pedindo esmola, enquanto nós sem sentimento de culpa nisso tudo, enche o carrinho nos supermercados querendo a santa seia. Querendo o que o filho do tal, desça e numa espécie de milagre livre os homens dessa tortura e sofrimento criada por eles. Esse texto é uma espécie de protesto, mesmo sendo escrito de uma forma profana, tem um cunho divino. E se Deus existe quero conversar com ele, o quanto eu lastimo nessa época ver teu filho abandonado por ai, enquanto milhares pensem em partir. A minha luz, a luz que me guia, já foi mais forte, já fui movido pela fé, tão costumeira nos lares brasileiros. Já fui movido pelo o sagrado naquelas tolices que nos fazem acreditar a todo instante - numa espécie de fúria esqueço tudo isso, bebo minha bebida santa, me esqueço de tudo, apenas choro vendo aquela luz brilhando no horizonte como se fosse uma eterna esperança, de que seja por ele, ou pelo filho, alguma coisa mude nessa terra, que para alguns é santa e para outros profana.

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